segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Definições

Ola,agora irei deixar claro as diferenças entre caminho da mão esquerda e direita...uma bela noite.


Caminho da mão esquerda: abreviado algumas vezes como “CME”, o caminho da mão esquerda da magicka é frequentemente apresentado como magia negra ou escura. Apesar de esse der o caminho dos satanistas LaVEyan, satanistas e muitos pagãos negros, o caminho da mão esquerda é menos sobre buscar o mal e mais sobre a busca de si mesmo. Mais que procurar e suplicar a deuses e deusas, o praticante da mão esquerda busca perceber a sua própria divindade. A relação fundamental do praticante do caminho da mão esquerda com a mágica, as divindades e as forças naturais, pode ser mais bem resumida na frase “Minha vontade será feita”.
Caminho da mão direita: abreviado como “CMD”, o caminho da mão direita da mágicka busca o trabalho com divindades e forças superiores de forma a melhorar  si mesmo. Frequentemente, esse caminho é apresentado como mágicka branca ou boa. A relação fundamental do praticante do caminho da mão direita com a mágicka pode ser mais bem resumida na frase “Sua vontade será feita”
* Observação: em algumas religiões pagãs, como por exemplo a Wicca, conhecida como Antiga Religião, seus membros não costumam o usar o termo Magia Branca ou Magia Negra. Para alguns Wiccanos e magia é única, não existe um caminho específico, não existe nada absolutamente mal e cada um usa a magia com um determinada finalidade, tendo consciência de que tudo o que nós fazemos voltará três vezes contra nós, tanto o mal como bem, tudo energia que enviamos retorna mais forte. Em qualquer trabalho mágico os Wiccans sempre terminam pronunciando a frase “Que assim seja assim se faça, se for para o bem de todos”
Escurecer: termo cunhado por Lady Dark Rose da Casa Sable Brahmin e mais tarde adotado pela Casa Sekhemu. O escurecer é a forma vampírica de iluminação pela qual o indivíduo atinge maior senso de compreensão através da exploração cuidadosa de seu lado obscuro. Sob o aspecto psicológico, pode ser comparado a integração da sombra jungiana.

sábado, 15 de novembro de 2014

Vampiro dia e noite

Engana-se quem pensa que os verdadeiros vampiros saem as ruas somente no período da noite, e vivem isoladas das pessoas comuns. Os vampiros também possuem a necessidade de interagir com a sociedade comum. Estudar, trabalhar e até ir para a balada também, também fazem parte do cotidiano dos vampiros reais. Esses vampiros vivem entre as pessoas normais, mas eles não costumam declarar o que são, preservando a identidade vampírica, afinal, não é qualquer um que compreende o vampirismo da vida real. A identidade vampírica, o que também chamamos de identidade noturna, deve ser mantida em sigilo, mostrando -se apenas entre outros membros do vampirismo. É por isso que ao entrar em uma família (grupo/comunidade de vampiros), o novo integrante escolhe um nome de identificação diferente da sua identidade diurna (documento de identidade normal). Por exemplo, uma pessoa que se chamava Daiana, dentro da comunidade vampírica pode se chamar Lady Dark.
Identidade Diurna: Sua identificação normal, conforme o documento de identidade. Sua família de sangue, amigos de infância, colegas de trabalho, profissão, aquilo que você escolhe ser perante as pessoas normais. (sua máscara de gente normal).
Identidade Noturna: Seu lado secreto, seu nome perante a comunidade vampírica, a família de vampiros na qual você escolheu fazer parte, seu papel entre os outros vampiros, suas crenças e ideologias. Aquilo que normalmente você esconde.
A comunidade vampírica costuma ser bem reservada, por isso pode ser considerada uma sociedade secreta. Porém nos dias atuais, alguns membros da comunidade tem tentado se revelar, se mostrar ao público, levando o conhecimento sobre os vampiros reais. Esses casos ainda são raros, pois a sociedade normal, em grande parte, não consegue compreender o vampirismo e julga de maneira equivocada. A maior parte das famílias vampíricas não tolera membros que queiram se expor demais.
Famílias Vampíricas: Grupos secretos que reúnem praticantes do vampirismo. Cada família tem as suas ideologias, convicções e regras. Em algumas famílias será tolerado apenas o psi-vampirismo e em outras o vampirismo sanguinário, também há famílias que aceita, ambas as vertentes do vampirismo. Os líderes da família (geralmente são os fundadores da casa), estabelecem a vertente do vampirismo  a ser seguida, a forma de alimentação, as crenças e as normas estabelecidas.


quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Dracula

A lenda do Conde Drácula nasceu nos territórios da Europa Central hoje pertencentes à Romênia, um país às margens do Mar Negro que, no passado, compreendeu os principados das Valáquia e da Moldávia. Na paisagem romena, entre florestas, campos e estepes, erguem-se os imponentes e sombrios Montes Cárpatos, com altitudes de mais de 2.000 metros, parte dos Alpes da Transilvânia.

A região, habitada desde o início da Era Cristã, recebeu sucessivas hordas de diferentes povos: godos, ávaros, húngaros, eslavos, tártaros, magiares. No século XIV, formaram-se os principados da Valáquia e da Moldávia, primeiro sinal de configuração do que viria a ser nação romena. Ocorreu que no século XV, os turcos invadiram aqueles territórios dando início a guerras violentas.

Foi neste cenário que, por volta de 1430, nasceu o primeiro Drácula, príncipe da Valáquia. Seu nome era Vlad, chamado Drakul – que significa dragão ou demônio – pela figura mitológica que ornava seu brasão de família.

Vlad levou uma vida de guerreiro bárbaro e é de se supor que tenha sido traumatizado desde a mais tenra idade. Ainda jovem, foi mantido prisioneiro pelos turcos e com eles presenciou e aprendeu métodos de tortura e a terrível execução por empalamento.

Em 1448, aos 18 anos, diplomático, conseguiu que seus inimigos o colocassem no trono da Valáquia. A pretexto de unificar o país e expulsar seus antigos captores e invasores, Vlad deu início a um reinado de campanhas bélicas pontuadas por chacinas sangrentas e torturas. A morte coletiva dos prisioneiros, por empalamento, tornou-se comum o que valeu ao soberano o apelido de Tepes ou "Empalador". Além disso, a ira de Vlad resultava em punições cruéis, dignas de uma mente sádica: cozinhar pessoas, queimá-las em fogueiras, esfolamento, mutilações.

A revolta inevitável das populações martirizadas e o interesse político da nobreza vizinha finalmente derrotou o tirano que foi capturado pelo rei Matias, da Hungria. Conta a lenda que, no cárcere, Vlad Drácula se divertia empalando pequenos animais que os guardas forneciam.

Em 1474, depois de 12 anos encarcerado, o Empalador recuperou a liberdade pela via da negociação política e voltou a ocupar o trono da Valáquia. Dois meses depois, morria, aos 45 anos, ferido durante mais uma batalha contra os turcos.

Sua cabeça foi cortada, conservada em mel e enviada ao sultão como troféu. Seu corpo, desapareceu em sepultura anônima.

DRAKUL: DE EMPALADOR SÁDICO A VAMPIRO

A relação entre o príncipe Vlad Tepes da Valáquia e o Conde Drácula foi estabelecida por supostos laços de família, forjados por uma espécie de sincretismo cultural popular que certamente inspirou o romancista Bram Stoker na construção do personagem que imortalizou a imagem do vampiro nobre linhagem, habitante de um castelo nos Montes Cárpatos. Ao guerreiro histórico misturaram-se as tradições mais antigas do povo romeno, superstições que refletem os terrores e a simplicidade religiosa dos camponeses.

Ali, acredita-se que pessoas excomungadas, malditas pela Igreja Ortodoxa Oriental, que domina a região, depois de mortos, transformam-se em cadáveres ambulantes, os moroi. Seriam também condenadas ao vampirismo as crianças fruto de relações proibidas, as crianças pagãs – não batizadas – e o sétimo filho de um sétimo filho. A fantasia romena criou ainda os strigoi, demônios em forma de pássaro que saem à noite em busca de carne e sangue humanos.

Processadas pela artes, lendas, história e tradição romenas resultaram no Drácula estilizado, estampado nos cartazes dos cinemas, fantasia do Dia das Bruxas. Era monstro, virou galã. O Drácula contemporâneo e globalizado é um produto em forma de imagem, símbolo do poder de tudo aquilo que, apesar de apavorante, é intensamente sedutor.






Senhor das Sombras


Ouça você as palavras do Senhor das Sombras, Aquele que desde os tempos antigos é chamado entre os homens de Anúbis, Hades, Arawyn, Plutão, Charon, Herne, Gwyn ap Nudd e muitos outros nomes:
Eu sou a Sombra do dia claro; Eu sou o que lembra da mortalidade no auge da vida. Eu sou o véu sem fim da Noite onde a Deusa Estelar dança. Eu sou a Morte que PRECISA existir para que a vida continue. Pois eis que a Vida é Imortal e o que é vivo deve morrer.
Eu sou a Força que protege, que impõe limites; Eu sou o Poder que diz: Não, e nada mais, e basta. Eu sou o que não pode ser dito e Eu sou o que ri na beira da Morte.
Venha comigo para a aconchegante e envolvente escuridão; sinta meus afagos nas mãos, na boca, no corpo daquele que você ama e seja transformado.
Reúnam-se em noites sem lua e falem em línguas desconhecidas; a Grande Mãe e Eu vamos escutá-los. Cante para nós, gritem e o poder será seu para exercê-lo.
Sopre-Me um beijo quando o céu estiver negro e Eu sorrirei. Mas não haverá um outro beijo em troca, com toda a certeza! Meu beijo é o último para toda a carne mortal.


domingo, 9 de novembro de 2014

Leis da Ordem da Fenix

Existem algumas leis que acho interessante mostra-las, são leis que especialmente a ordem da fênix seguirá, por serem leis que eu vejo que são de enorme importância e que em tudo deve existir ordem.

Primeira Lei:
Não revelarás tua verdadeira 
natureza àqueles que não sejam do Sangue. 
Ao fazer isto, renunciarás aos 
teus direitos de Sangue,Somente o ancião
pode se pronunciar sobre a natureza vampírica
diante de pessoas que não sejam do sangue.

Segunda Lei: 
Teu domínio é de tua inteira responsabilidade. 
Todos os outros te devem respeito enquanto nele estiverem. 
Ninguém poderá desafiar tua palavra 
enquanto estiver em teu domínio. 

Terceira Lei: 
Apenas com a permissão de teu ancião gerarás outro de tua 
raça. Se criares outro sem a permissão de teu ancião, 
tu e tua progênie serão sacrificados. 

Quarta Lei:
Aquele que criares serão teus próprios filhos. 
Até que tua progênie seja liberada, 
tu os comandará em todas as coisas. 
Os pecados de teus filhos recairão sobre ti.

Quinta Lei: 
Honrarás o domínio de teu próximo. 
Quando chegares a uma cidade estrangeira, 
tu te apresentarás perante aquele que a gerir. 
Sem a palavra de aceitação, tu não és nada. 

Sexta Lei:
Tu és proibido de destruir outro de tua espécie. 
O direito da destruição pertence apenas a teu Ancião. 
Apenas os mais Antigos entre vós convocarão a 
Caçada de Sangue.

Sétima Lei:
Deverás honrar o teu nome e o nome do teu ancião, Traição é motivo de Destruição, se assim o ancião decidir.

Oitava Lei:

O sangue é vida, não desperdice uma gota.

Caso alguma Lei seja violada o ancião deverá ser informado ou se ele mesmo descobrir,deverá tomar as providencias e julgar qual a punição necessária.




quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Ritual de vampirismo(Satanismo)

Saudações criaturas,aqui esta um ritual relacionado ao satanismo,não vejo necessidades de faze-los,mas aos adeptos do satanismo aqui esta,estou postando porque é uma das vertentes do vampirismo,pode ser que exista alguém que se identifique.Mas deixo claro que a ordem da fenix,nada tem haver com essas praticas,é só para conhecimento.

Publicação Oficial da Fraternitas Templi Satanis(E’P’S’)
É importante ressaltar que conforme a quantidade de Energia vampirizada do Ser obviamente pode-se gerar desde um mero resfriado até uma morte física.
0. Tal prática deve ser estudada perfectamente durante uma semana.

1. Concomitante ao estudar da prática deve ser feita a escolha de um alvo[i], que em hipótese alguma deve de ser um Irmão ou Irmã de Ordem.

2. Após o empreender dos dois postulados anteriores, ao longo de um subsequente trabalho de seis dias, deve ser feita uma alternância entre um dia de prática (que pode ser vista em sua plenitude nos postulados a seguir) e um de repouso e profunda meditação.

3. O Adepto deve dispor o altar à Sul da seguinte maneira:

- Na parede atrás deste deve-se dispor uma cruz inversa (preferencialmente negra).

- Anexado embaixo da cruz deve-se colocar uma foto da vítima ou algo que tenha pertencido a mesma.[ii]

- Sobre a cruz, na mesma parede, deve ser colocado o sigilo da F’T’S’.

- O altar deve ser coberto com um pano negro.

- No centro do altar deve ser colocada a “Flama Negra”(um Bico de Bunsen, Círio Negro ou uma Vela Negra maior que as demais).

- O ambiente do altar deve ser decorado com velas negras e vermelhas(o mínimo possível)[iii].

- Cálice contendo vinho ou um líquido carmesim de seu apreço.

- Athame.

- Sino.

- Crânio Humano ou cópia similar.

- Incenso (opcional).

4.O magista deve vestir-se totalmente de nigérrimo e portar um pentagrama inverso, cruz invertida ou figura estilizada de Satannas.

5.O Adepto deve de empreender o Ritual do Pentagrama Inverso a fim de banir o local.

6. O Sacerdote toca o sino na seguinte seqüência:

- Nove vezes na direção Sul.

- Nove vezes na direção Leste.

- Nove vezes na direção Norte.

- Nove vezes na direção Oeste.


7. O Magista puxa o athame e aponta-o para a cruz inversa recitando a Invocação de Satan:

“In nomine Dei nostri Satanas Luciferi excelsi!

Em nome de Satã, o soberano da terra, o rei do mundo, eu comando as forças das trevas para conferir o seu poder infernal sobre mim!

Abram totalmente os portões do Inferno e venham adiante do abismo para me saudar como seu Irmão (Irmã) e amigo!

Concedam-me as indulgências de que falo!

Eu aceitei o seu nome como parte de mim! Eu vivo como o animal do campo, exultando na vida da matéria! Eu favoreço o justo e amaldiçôo o corrupto!

Por todos os deuses do Inferno, eu ordeno que todas estas coisas de que falo venham realizar!

Venham adiante e respondam seus nomes pela manifestação dos meus desejos!”(La Vey)


8.Nisto isto traça-se uma cruz com o athame. Do topo até o fundo, então da direita para esquerda, a partir da cruz-inversa disposta acima do altar.

9.O Sacerdote acende a “Flama Negra”.

10.Este deve por fim bradar:

"A Flama Negra está acesa, e os Portais do Inferno abrem-se largamente, revelando o mortal demônio Motto do Magista, que vem adiante para fazer valer Sua Vontade sobre a Criação! Acautelem-se parvos mortais, pois este é meu igual que vem e desvela-se diante de vosmicês!

Observai! Sou o Deus de ontem, hoje e amanhã - os Guardião do Tempo e Eternidade! Ao lado do Príncipe das Trevas – igual em Poder!Soberano! Único! Indefinível em Sabedoria! Imparelhável em Força! Minha missão astrológica? Realizada! Meu Destino Satânico? Realizado e Completo!

Eu chamo pelos elementos, para servirem a mim e pelas Forças da Criação para manifestar meus desejos! Elevem-se!!! Adentrem neste trabalho pelas palavras que seguem:"


11. Novamente, aponta-se o athame para a cruz invertida - como feito na Invocação anteriormente ao acender da Flama Negra -,e recita-se a "Invocação dos Elementos".


12.Invocação dos Elementos:

"Vampiro!! Drácula!! Valho-me e manifesto-me pelo poder do Vampiro. Vem a mim Drácula, que eu possa usar sua forma para executar minha mais Exaltada e Demoníaca Vontade!!! Perfile minha imaginação com comovedoras lendas e folclore! Obfusque-me no manto da invisibilidade e sigilo. Dê-me a capacidade de tocaiar e voar - a forma do lobo e morcego! Conceda-me afiadas presas pelas quais possa perfurar profundamente, sorvendo abundantemente e fortemente, fresco e quente sangue de meu sacrifício!"


13. Sacerdote eleva o cálice diante da cruz inversa como uma Oferenda, molhando seu dedo indicador da mão direita no líqüido. Conforme ele fala o nome da sua vítima, este deve circundar a borda do cálice, com seu dedo molhado do líqüido, no sentido anti-horário:

"EU bebo deste cálice, o Vaso da Vida, e empanturramo-me com a essência daquele(a) do qual o nome é (nome da vítima)."


14.Após sorver todo o líqüido contido no cálice o Magista deve invocar os Quatro Coroados Príncipes do Inferno:

"Venha adiante óh Poderoso Príncipe! Acompanhe-me! Torne vossa presença percebida por mim!"

(Mago encara o Sul):

"Satan!"

(Mago encara o Leste):

"Lúcifer!"

(Mago encara o Norte):

"Belial!"

(Mago encara o Oeste):

“Leviatan”


15.Grande Conjuração:

"Observem o espírito malévolo de Motto do Magista deixando uma sombra negra sobre a Terra. Acautelem-se! Acautelem-se! Gritem os corvos da noite! Com pés, com patas, com asas e com garras, caço minha presa! Através dos ângulos de dimensões curvilíneas viajo, voando através dos ventos quentes do Inferno!!! Oculto abaixo de minha flutuante capa, o cristal revela onde tu te escondes! Eu persigo vosmicê (nome da vítima),Eu acho vosmicê(nome da vítima),Eu rastreio vosmicê (nome da vítima)!Observe minhas presas conforme eu as afundo em sua jugular! Sinta meus afiados, pontudos dentes conforme eles rasgam sua carne tenra!

Enormes asas de morcego abraçam-te e envolvem-te, fazendo uma prisão da qual não existe escapatória! Esfomeadas mandíbulas rasgam-te, sugando profundamente! Cobiçosamente empanturramo-me, consumindo freneticamente tudo que existe! Fresca Energia Vital agora corre ativamente em Minhas veias!!!"[1]


16. O Ritual agora atinge o seu clímax conforme o Adepto directamente confronta sua vítima - Braços estendidos, dedos esticados como se o Magister estivesse "alcançando" a imagem de sua vítima.Com o esforço da Verdadeira Vontade o participante, repete em uníssono o seguinte COMANDO até a exaustão:

"Eu dreno seus dias!! Eu dreno suas noites!"

17. "Com sempre crescente poder, à MINHA forma vampírica manifesta-se! Olhe-me (nome da vítima)!Coloque seus olhos sobre o fascínio de meu fitar hipnótico; vosmicê sente-se sugado-drenado através de meu malévolo olhar! Meu olhar é como o fundo de um poço-sem-fundo; vosmicê encontra-se tombando, caindo - VOSMICÊ CAI !!!!Todo conhecimento é meu! Vosmicê esqueceu quem tu és; tu não tens NENHUMA identidade! Vosmicê é somente um vassalo, um vaso, uma casca; obedeça aos meus comandos - tu estás sob meu domínio mágico!!! Eu dreno vosmicê. Eu dreno vosmicê de novo e de novo e de novo e de novo e de novo e de novo...não existe fim, até que eu tenha saboreado a última gota. Sua alma me pertence! Tu estás consumido!!!

Vampiro sou, Vampiros fui, Vampiros serei; Meu Fantasma irá viver através da Eternidade!! E os mortais? ELES TEMEM-ME! Conforme eles devem. Eles devem se acautelar para não me irritar se eles puderem! Pois EU falo as inefáveis PALAVRAS DE PODER:

18."Madariatza,toredozu!!!Oadariatza orocaha aboaperi!!! Tabaori periazoda arebatasa!! Adarepanu coresata dobitza!! Yolacame periazodi arecoazodiore, od quasabe qotinuji!!! Ripire paaotzata sagacore!!! Umela od peredazodare cacareji aoiveae coremepeta!!! Torezodu!! Zodacare od zodamenaru, asapeta sibesi butamona das surezodasa tia balatanu!! Odo cicale qaa, od ozodazodama pelapeli!! IADAMANA!!”(Chave Enochiana recebida por Daemon Egan)


19.Que o Mago assuma o Asana de Osíris Ressuscitado diante do altar e compartilhe de maneira quantitativamente equilibrada, a Energia que sugou de sua vítima com a egrégora da F’T’S’ que deve ser visualizada fortemente diante do Adepto e à guisa de receber Energia por parte do Adepto.

20.O Adepto deve por fim falar:

“Pelos Poderes das Trevas e da Sombra e da Luz, Eu retorno para meu Corpo; Estarei em breve fora de vista - pronto para atacar novamente em outra noite!!!

Até lá, o caixão está fechado..."


21.Sacerdote apaga a chama da “Flama Negra” e faz o banimento do Ritual do Pentagrama Inverso.

22. O Sacerdote toca o Sino no sentido oposto de como este foi tocado na abertura do Rito - agora no sentido Horário - e pronuncia após isto:

"Está feito!"
Notas:

[1]Se for da Vontade do magista, pode-se fazer para outras pessoas durante a semana de trabalho. Sugere-se a escolha de uma só pessoa por critérios de praticidade e maior direcionamento de carga sobre um só ente.

[2]Pode não utilizar-se nada da vítima e somente visualizá-la fortemente nos momentos apropriados, mas é necessário um grande centramento e força de direcionamento já que  o praticante não possuirá um "link físico" de conexão.

[3] Caso o magista utilize o mesmo altar de Integração da F'T'S' (3ª Ata), este deve retirar a vela branca, deixar as 4 negras menores, e substituir pelo número de velas vermelhas que achar necessário.

[4] Este ritual pode ser executado para total destruição da vítima a ser sugada (gerando sua morte), apenas para que ela adoeça, sofra danos físicos e mentais, apenas para que ela fique sob o poder de comando do magista, ou para todas anteriormente citadas, ficando à escolha do praticante.


O véu negro

Saudações amigos,estava a ler e encontrei esse texto achei interessante,então decidi dividir com vocês,uma bela noite.

Liberdade é, primeiramente dada, após a educação mental. 
véu
Primeiro aprende-se as regras, e depois as quebra, quando assim a situação forçar a tal. Quando se mantem um código de ética pessoal, regras e deveres, uma pessoa pode manter-se, controlar-se e por fim, controlar o mundo que o cerca. Esse é o dever do Véu Negro, é ensinar as regras para se conviver e para se viver de acordo, dando assim, um novo pigmento á pratica. Precisa-se de exercícios diários para que os músculos cresçam e desenvolvam. Os mesmos exercícios, vale para a mente.
1.Reverencie –se: A pratica inicia com olhar em seu próprio espelho e desafiar tudo que te mantém pra baixo, ou tenta te regredir. É a própria ascensão de Lúcifer aqui aonde o praticante, toma posse de seu próprio ser e o torna assim um Deus. A auto veneração é sem duvida a base de tudo que existe no vampirismo. É através desse egoísmo responsável que se pode adquirir pleno poder, sobre si e sobre o mundo. Dê valor á sua saúde pessoal, preocupe-se com seu bem estar. Dê valor á sua alegria pessoal, á sua satisfação. Viva para si.

2.Silêncio: O vampirismo é praticado em silêncio. Quando dito, deve ser falado em terceira pessoa, nunca em primeira. Ninguem deve saber sobre sua pratica, ninguém deve saber sobre ti. Somente você é o mais importante. Isso evita problemas sociais, evita criticas, evita transtornos. Está na hora de você observar: pense vampíricamente, aja vampíricamente, mas tudo em silêncio. Ninguém precisa saber nada sobre ti. Quando falar de vampirismo, sempre fale de modo discreto, em terceira pessoa, ou de modo que dê a entender que pratica, mas nunca diretamente. Você não precisa vestir-se de preto ou cheio de fantasias, o teu objetivo, é desenvolver-se como um vampiro, não fantasiar-se de um. Não busque de modo algum, errar o caminho. Viva para sua satisfação pessoal, não para atrair a atenção.

3.Use: Aplique a filosofia vampírica. Seja um predador, comporte-se assim, viva assim. Viva buscando o melhor pra você, torne esse pensamento a sua própria mente, do mesmo modo, use a sua magia. O segredo de tudo no vampirismo, é aplicar. É usar o conhecimento pro seu favor. Se você quer dinheiro, use a magia para isso. Se você quer o amor de alguém, use para isto também. Se você quer a destruição de alguém, use também. Use as pessoas a sua volta, use o mundo a sua volta. Use o seu conhecimento, o maior erro do ocultismo é sempre achar que tem mais, e depois usar. Aplique tudo que você sabe, tudo que tem em mãos. O vampirismo é isso, no fim das contas, uma aplicação saudável do teu poder. Drene a vitalidade de todos a tua volta, use a vida que você tem, use a magia que você tem, use-se para melhorar a si próprio.
4.Viva sob as regras: O mundo vive de regras. A própria natureza dá tempo para caçar e para hibernar, dá momento para aplicar cada coisa da própria existência. Existem leis imutáveis, a própria lei da selva é uma delas. Não adiante ir contra, você não tem que lutar contra as regras do jogo, e sofrer os efeitos de um mal jogador. Você tem que aprender as regras e usar o tabuleiro e as peças. Não adianta buscar o lado marginal, ou tentar ir contra as leis do teu País, você busca desenvolvimento pessoal e satisfação pessoal, não prisão. Se você não pode modificar algo, pode modificar a si mesmo.  Portanto,  antes de tentar lutar contra o mundo, e perder, já que ele é uma força maior que você,  faça parte dele. Complete-o. Use para seu favor, ao invés de fazer uma revolução. Por mais que você tenha chances, mínimas, de conseguir a sua revolução, você ganhará bem mais rapidamente, pelo atalho de viver pelas regras do mundo, E, assim ganhar o jogo que ele propõe. A Vida por si só, é um teste de inteligência, de lógica, de raciocínio. Então, passe no teste.
5.Discriminação: Saiba discriminar.Saiba dividir quem é que vai estar do teu lado, quem é que merece saber algo, quem é que merece não saber. Todos os humanos são animais, e como vampiro você deverá observá-los como tal. E como todos os animais, sempre existem aqueles que temos mais apreço. Os humanos para nós, amantes, amigos, família, são vistos apenas como animais domésticos, cães ou gatos. Por mais que tenham uma história conosco, ainda sim, são animais domésticos, e podem ser substituídos por outros. Nós temos apreço as pessoas a nossa volta assim como temos por cães e gatos.  Discrimine, você e eles. Veja o mundo desse âmbito. Saiba que por mais únicos que possam ser cada ser humano, sempre existirá um melhor, para substituir. Amigos, amantes, funcionários, patrões, clientes... Sempre haverá algo melhor, algum animal melhor, assim como haverá um pior. Discrimine todos a tua volta, classifique as pessoas em um catalogo mental aonde se divide em: útil e inútil.
6.Racionalize : A maioria dos humanos não pensam racionalmente. Eles se envolvem emocionalmente com tudo, e com isso bloqueiam o seu raciocínio. Quando o vampiro souber separar seu Eu do Problema, ele abre uma brecha para que sua lógica se manifeste. A maioria dos seres humanos pensam emocionalmente. O vampiro precisa aprender a pensar friamente, agir friamente, fazer com que as emoções sejam um instrumento do Eu, da consciência, não sejam a própria, e nem possuam ela.
Lembre-se, você é apenas o Dragão, o Observador. Nada mais.


Missa da Fenix

Missa da fenix

O Magista, seu peito nu, de pé diante de um altar no qual está seu Cinzel, Sino, Turíbulo, e dois dos Bolos de Luz. No Sinal do Entrante ele estende as mãos ao Oeste sobre o Altar, e grita:
Saudações Ra, que vais em tua barca
Nas cavernas da Escuridão!

Ele faz o sinal de Silêncio, e leva o Sino, e Fogo, em suas mãos.
Ao Leste do Altar veja-me de pé
Com Luz e Música em minha mão!

Ele golpeia Onze vezes no Sino 333-55555-333 e coloca o Fogo no Turíbulo.
Eu golpeio o Sino: Eu acendo a Chama;
Eu profiro o Nome misterioso.
ABRAHADABRA

Ele golpeia onze vezes no Sino.
Agora eu começo a prece: Tu Criança,
Teu nome sagrado e imaculado!
Teu reino é chegado; Tua vontade é feita.
Aqui está o Pão; aqui está o Sangue.
Traga-me através da meia-noite para o Sol!
Salve-me do Mal e do Bem!
Que aquela Tua única coroa de todas as Dez
Mesmo aqui e agora seja minha. AMÉM.

Ele põe o primeiro Bolo no Fogo do Turíbulo.
Eu queimo o Bolo-Incenso, proclamo
Estas adorações de Teu nome.

Ele os faz como em Liber Legis, e golpeia Onze vezes novamente no Sino. Com o Cinzel ele então faz sobre seu peito o sinal apropriado.
Veja este meu peito sangrando
Cortado com o sinal sacramental!

Ele põe o segundo Bolo na ferida.
Eu estanco o Sangue; a hóstia absorve
Isto, e o sumo sacerdote invoca!

Ele come o segundo Bolo.
Este Pão que eu como. Este Juramento que eu presto
Conforme eu me inflamo com a prece:
"Não há nenhuma graça: não há nenhuma culpa:
Esta é a Lei: FAZE O QUE TU QUERES!"

Ele golpeia Onze vezes no Sino, e gritaABRAHADABRA.
Eu entrei com aflição; com alegria
E agradecido eu agora vou adiante,
Para realizar meu prazer na terra
Entre as legiões dos vivos.

Ele vai adiante.


A sombra do Vampiro

A Sombra do Vampiro
O magista passará alguns dias passeando em um cemitério, preferencialmente meditando, entrando em níveis mentais mais sutis na própria necrópole. Lentamente, ele vai entrando no espírito do lugar, sentindo a morte, os corpos putrefatos, os espectros dos mortos, às vezes suas dores, angústias e alegrias de quando estavam vivos. Desse fervilhar infernal ele deve se tornar um observador; nem ser um membro desse festim, nem um antagonista.
Escutar a voz negra que brota de seu coração, a sombra, o seu demónio guardião — ele será o mestre desta operação. Essa comunhão infernal pode abrir as portas do limiar entre a vida e a morte. Cabe aqui uma análise, ou um conselho: este é um estágio da jornada, muitos podem querer fazer aqui sua morada, o que para mim é um erro. Obsessão, loucura e morte podem ser advindas pelo mau uso dessas energias; a fixação demasiada nelas é nociva.
O magista deve sempre testar qualquer ser que se apresentar. A forma fica ao seu bom senso, a tradição recomenda as correspondências da cabala. O método do qual faço uso baseia-se na cabala, mas acima de tudo na realidade física. As experiências mágicas mais verdadeiras sempre se fizeram acompanhar de manifestações físicas, as mais variadas, a que Jung chamou de sincronicidade.
Sua operação mágica deve causar mudanças sutis, mas palpáveis, sons, pessoas tendo sonhos com o que você fez, objectos ou símbolos que lhe surgem ou são destruídos, enfim, uma gama infinita. Mais uma vez o bom senso é a chave, pois chover é normal, mas dez minutos após você fazer um sigilo para chuva (em um dia de sol), é algo diferente. Isso foi feito por Austin Osman Spare, e com testemunhas.
Voltando aos preparativos do nosso ritual, este contacto com a sombra pode ser mais ou menos efectivo, mas uma coisa é certa: como o Sol está nos céus, ele estará presente na sua operação. Magia é ciência e arte, e todo magista terá um resultado único.
Iremos agora tratar do ritual em si.
Por dias, de preferência ao entardecer, o magista vagará em um cemitério, fazendo o que já foi prescrito no princípio. O contacto com a sombra deve vir em sonhos ou visões. Estes devem ser anotados com riqueza de detalhes.
Esse contacto ocorrendo ou não, a invocação deve ser feita.
O ser imemorável, que habita as profundezas de meu ser, espectro negro, sombra da luz, reflexo de meu anjo.
Verso e reverso do Universo, anjo que guarda o sagrado.
Eu o invoco.
O magista sente cada palavra e o influxo de poder do chamado.
Depois, o magista proferirá:
Zazaz, Zazaz, Nasatanada Zazaz.
Nesse momento, ele imagina um pórtico se abrindo.
Após breves minutos, pronuncia:
C siatris insi cnila, cnila, cnila, odo cicle qaa.
Após a pronúncia, ele anda até o norte e imagina fortemente o deus Seth, respira e juntamente com a entrada do alento o deus o penetra.
Ele imagina-se sendo o deus Seth.
Então se volta para o sul e diz:
Invoco-te, tu que és eterna na noite,
Amor e horror,
O colo aconchegante e o leito da morte.
Leite e veneno,
O fogo, a terra, o ar e a água,
O tudo e o nada.
Te invoco com o sangue que está em minhas veias,
com a vida que me deste, com a morte que me espera e a chama eterna do meu ser...
Do sul surge uma deusa, que lembra Kali, Lilith, e o nome da deusa é Babalon.
A visão é de uma mulher bela e sensual, mas de aspecto poderoso e sagrado inspirando medo e respeito.
Ela permanece imóvel no sul.
Ele anda até o centro e golpeia o ar com força dizendo:
0 moribundo está morto agora, de seu corpo um novo universo é feito.
Ele enche o peito de ar e ao soltar o deus Seth se vai, e com ele a deusa. Após isso o vazio, a sensação de vazio deve ser sentida ao máximo. Nesse vazio brotará uma nova consciência.
Práticas como esta e a Missa da Fênix exigem que o praticante domine os rudimentos da Magia, rituais de expulsão, consagração e criação do círculo mágico, assunção das formas dos deuses e outras técnicas. Caso esse trabalho inicial não tenha sido encetado, não recomendamos o Ritual acima, o que não impede alguém de fazê-lo, mas o fará por sua conta e risco.


domingo, 2 de novembro de 2014

Criação de sigilos

Saudações a todos,agora irei falar um pouco sobre sigilos magicos.

Um sigilo é um simbolo criado para atingir um objetivo,o objetivo pode ser qualquer coisa,antes de mais nada você deve saber que não existe regra certa para criar um sigilo, porém vou passar o método mais comum e mais usado, porém espero que você crie uma técnica sua.
O ato de Sigilar faz você transformar um desejo seu em um símbolo, isso traz benefícios, é como se você tivesse a vontade materializada em algo.

Como realizar o sigilo

1° Passo: Escreva em uma folha de papel, o que você quer atingir através do sigilo. Exemplo: "Eu quero machucar a boca hoje a tarde." [Exemplo removido do artigo sobre sigilo do blog O Submundo]
2° Passo: Reescreva removendo os acentos e letras repetidas. Ficará assim: "euqromachbjdt".
3° Passo: Reescreva reorganizando a frase de forma que fique pronunciável. Ficará assim nosso exemplo: "eubrodt majchq".
4° Passo: Faça um desenho com estas letras, semelhante a imagem abaixo do artigo.
Após isso é necessário energizar o sigilo que poderá ser com: sangue, esperma, saliva, suor, cabelo, lágrima ou energia da mente.
Se o fizer com sangue o sigilo ficará mais forte. Mas isto cabe a você escolher.
Derrame o escolhido sobre o papel onde encontra-se o sigilo.
Após isso devemos destruir o sigilo. Que poderá ser queimado, enterrado, engulido ou qualquer coisa do gênero. O importante é destruí-lo.
E para finalizar você deve esquecer as frases escritas e ao desenho, lembre-se apenas do que foi pedido e aguarde a concretização do mesmo, que se feito corretamente os passos acima ocorrerá.


O beijo

Beijo de Fogo é o máximo do prazer. É o desejo de tirar da vida o alimento para a eternidade. Mas este relacionamento chega inclusive a ir além do puramente alimentar. É uma tentativa de transubstanciação, uma união hipoestásica bastante difícil de compreender. O liquido que transvasa é apenas um simulacro, uma diversão até. Algo que distrai a vítima do verdadeiro roubo, da verdadeira extorsão, disto que se encontra alheio, em outro lugar ou, às vezes, em outro tempo e que o sangrado mal suspeita, a absorção da própria alma. A Bíblia, que segundo os cristãos é a palavra de Deus impressa em um livro, e, por conseqüência nunca erra, diz que "A alma da carne está no sangue" (Levitício, 17, 2); assim, quando um vampiro sorve o sangue absorve também a alma da vítima, o que confere um toque mágico à ação. 
Por esta razão, o vampiro seleciona vítimas fortes e vigorosas, tendo a intenção mágica de transferir toda a sua força para si mesmo, esgotando o desprevenido. Costuma-se preferir vítimas determinadas, com muita personalidade ou até um pouco autoritárias, pois estas possuem uma resistência maior e uma alma mais forte.

O esgotamento da vítima deve ser total. E se for um trabalho realizado com habilidade e mestria, a vítima pode entrar num estado mórbido de inconsciência ou sonolência profunda, similar ao coma, num breve lapso de tempo. Talvez minutos. Os mestres nesta arte podem prosseguir a prática até que a vítima esteja no umbral da morte. Deste modo, não só se obtém a força física da vítima como também escraviza-se-lhe o espírito, que passa a servir ao vampiro como espírito familiar.

Assim, nos casos vulgares o vampiro vai direto ao fim, violentando suas vítimas sem complacência e estrangulando-as amiúde logo que se farta delas. Entretanto, o vampiro está sujeito a experimentar, ocasionalmente, um fascínio de intensidade crescente, para com certas pessoas, análogo à paixão do amor. Para se aproximar dessas pessoas, ele demonstra uma paciência inesgotável e cria uma inaudita profusão de estratagemas de conquista antes de consumar seus intentos. Nestes casos, ele irá cultivar e prolongar seu prazer criminoso com requintes de detalhes, dedicando-se a persistentes cortejos para, aos poucos, seduzir a vítima. Espera então receber, da parte desta, um sentimento de aprovação e simpatia. Não desiste antes de haver saciado sua paixão, bebendo até a última gota do sangue de sua desejada vítima. A medida que a vítima perde sangue, vai se tornando mais sensível e sua agonia apresenta uma doçura embriagante. Apesar da palidez e do esgotamento, a vítima adquire uma nova beleza. A enfermidade despoja-a de seu viço natural para cerca-la com o halo de um espírito fugaz, semelhante a um ser precioso demais para o deleite humano, como se houvessem tomado-lhe posse os inclementes deuses que se ocultam na obscuridade. 

Durante o dia fica prostrada, só se agitando ao cair da noite. Morrendo, após certo tempo, de enfraquecimento e torpor caso continuem os ataques. Nos sonhos que acompanham os ataques parece à vítima que o quarto torna-se cada vez mais tenebroso e, subitamente, vem a dolorosa impressão de duas picadas de agulhas penetrando na garganta. 
No Dissertatio de Vampiris Seruiensibus, publicado na Alemanha em 1733, John Heinrich Zopfius descreve os ataques da seguinte forma: "Os vampiros saem de sua sepultura pela noite, atacam as pessoas que dormem, apassiveis, na sua cama, extraem todo o sangue de seu corpo e as destroem. Perseguem homens, mulheres e crianças sem que lhe importe idade nem sexo. Aqueles que se encontram sobre sua maléfica influência sentem asfixia e uma falta total de alegria, após o qual advém a morte. Algumas pessoas a quem se perguntou, pouco antes de falecer, pelas causas que lhes obrigavam a abandonar o mundo dos vivos, responderam que certas pessoas recentemente falecidas haviam abandonado suas tumbas para atormentar-lhes."

Os que falam nisso, às vezes mencionam a impossibilidade para discernir uma forma humana ou um rosto preciso. Muitas vezes trata-se de uma forma animal, escura, na qual brilham dois olhos. Se a vítima toma consciência de que se trata de um vampiro durante os primeiros pesadelos que acompanham os ataques e conta a seus familiares, pode ser salva, caso sejam tomadas às devidas providências. (É claro que nos dias atuais diriam que foi apenas um delírio causado pelo estresse. Depois a pessoa morreria de ataque cardíaco ou qualquer outra coisa mais racional ...) Se guarda silêncio, pouco a pouco os pesadelos diminuem e desaparecem, dando lugar a uma espécie de torpor mórbido de aparência neurastênica e uma atração pela morte. A vítima está então definitivamente perdida."

Lilith,a rainha da noite

Saudações amigos,aqui mais um texto,mas desta vez,falando sobre a rainha Lilith,bons estudos.


Lilith, A rainha da Noite




Lilith aparece no Tanak, quando Isaías, ao descrever a vingança de Deus durante a qual a terra de Édom seria transformada num deserto, proclamou isso como um sinal de desolação: "Lilith repousará lá e encontrará seu local de descanso" (Isaías 34:14) A Bíblia de Jerusalém apresenta Isaías 34, 14-17 da seguinte forma:

14 Os gatos selvagens conviverão aí com as hienas,
os sátiros chamarão os seus companheiros.
Ali descansará Lilith,
e achará um pouso para si.
15 Ali a serpente fará o seu ninho, porá os seus ovos,
chocá-los-á e recolherá à sua sombra a sua ninhada.
Também ali se encontrarão as aves de rapina (corujas),
cada uma com a sua companheira.
16 Buscai no livro de Iahweh e lede:
nenhum deles faltará,
nenhum deles ficará sem o seu companheiro,
porque assim ordenou a sua boca;
o seu espírito os ajuntou.
17 Ele mesmo lançou a sorte para eles,
a sua mão distribuiu-lhes, com o cordel, a porção de cada um.
Eles a possuirão para sempre,
de geração em geração a habitarão.

Esta passagem refere-se a futura desolação de Édom, por causa da forma como trataram Israel, quando Deus jogar seu poder sobre este povo. O contexto na profecia é a predicação que a terra dos Moabitas se tornará um deserto desolado.


A palavra no texto em Hebraico aqui é "Lilith" mas infelizmente ela é um hapax legomenon (uma palavra que ocorre apenas uma vez no Antigo Testamento). Por isso não podemos determinar seu significado por comparação com outros usos na Bíblia. - Então somos forçados a recorrer à linguagens cognatas (Akkadian, Aramaico, Ugaritic, etc.), versões (traduções mais antigas) ou à tradição judaica para determinar seu significado. 


Consultando-se outras fontes de tradição hebraica, pode-se chegar à conclusão de que quando é dito "os sátiros chamarão os seus companheiros" (a palavra hebraica aqui traduzida como "Sátiros" é "se'ir") está-se falando de Samael e outros demônios. Depois aparece a companheira dele: "Ali descansará Lilith". Em seguida fica o veredicto de que a terra de Édon - a que se referia todo o texto - seria a futura morada dos demônios e daqueles animais considerados impuros "eles a possuirão para sempre".

A tradução 'criaturas da noite', que aparece em algumas versões para outras línguas, representa uma especulação, uma tentativa de ler 'lilith' baseado em sua similaridade com a palavra hebraica "laylah" (noite). As tradições de Lilith também, as vezes, fazem esta conecção etimológica - particularmente desde que uma de seus papéis é o de succubus, e ela foi muitas vezes associada com corujas, como nesta passagem.

[Se formos comparar as diversas versões e traduções da Bíblia atual, descobrimos que em muitas delas "Lilith" não aparece em Isaías 34: 14-15. A diferença entre esta tradução e outras refere-se a uma diferença fundamental na tradução filosófica da Bíblica. - Algumas versões tem uma abordagem de tradução, especialmente no Tanak (a parte Hebraica, Antigo Testamento) que pretende naturalizar algumas referências de criaturas mitológicas ou sobrenaturais, exceto anjos, substituindo-as por animais conhecidos. Por exemplo, pode-se encontrar Bíblias que traduzem 'leviathan' como 'crocodilo', 'behemoth' como 'peixe-boi', etc. Mas o problema de Lilith é ainda mais complexo daquele de behemoth ou leviathan, pois estes são pelo menos bem descritos nos capítulos 40 e 41 de Jó. Leviathan é mencionado algumas vezes (Jó 3:8 Jó 41:1 Salmos 74:14 Salmos 104:26 e Isaías 27:1) e também behemoth é um hapax legomenon mas nós temos uma descrição completa deles, o que não é o caso com Lilith.
Note que as traduções também diferem na tradução de 'se'ir' - isto é um bode ou um bode/demônio/sátiro? Suponho que o significado de 'se'ir' tem sido determinado pelo significado de 'lilith'. Se 'lilith' é uma demônia, então 'se'ir' deve ser alguma espécie de demônio. Por outro lado, se 'lilith' é algum tipo de animal indeterminado, então se'ir é um bode].


A tradição judaica, claro, aponta-nos na direção da criatura mitológica.
Um fragmento da antiga comunidade de Qumran contendo menção de Lilith (4QCânticos do Instrutor/ 4QShir - 4Q510 frag. 11.4-6a // frag. 10.1f), foi encontrado nos Manuscritos do Mar Morto. Esta passagem é claramente baseada em Isaías 34:14 e pode ajudar a compreender o real significado do texto:

E Eu, o Instrutor, 
proclamo a majestade de seu esplendor
a fim de assustar e ater[rorizar]
todos os espíritos dos anjos da destruição
e os espíritos bastardos,
demônios, Liliths, corujas e [chacais...]
e aqueles que atacam inesperadamente
para desviar, desencaminhar o espírito de conhecimento...
11QPsAp

Aqui há dois pontos de interesse para nós. O primeiro é que o contexto deixa claro que a comunidade que produziu isto vê a passagem de Isaías como referindo-se ao demoníaco mais do que animais do deserto. Segundo, aqui, nós temos 'liliths' no plural, ao contrário de Isaias, no singular. Provavelmente isto não é apenas uma licença poética, pois a tradição diz - e o próprio texto de Isaías da a entender claramente - que Lilith teria filhos, cujas fêmeas são tradicionalmente chamadas de Liliths e os machos de Lillim, sendo que este termo aparece no Targum Jerushalami [1], a bênção sacerdotal dos Números, VI, 26 que contém esta versão:

"O Senhor te abençoe em todo ato teu e te proteja dos Lillim!"

Segundo Alan Unterman (Dictionary of Jewish Lore & Legend) há um costume, ainda praticado em Jerusalém, de espantar esses filhos do corpo morto de seu pai, andando em círculo com o cadáver antes do sepultamento e atirando moedas em diferentes direções para distrair os filhos demônios.

Entretanto, para sabermos mais a respeito dos filhos de Lilith, teremos de recorrer ao Talmude [2] (coleção de tradições rabínicas que interpretam a lei de Moisés), que - em duas ocasiões - fala sobre estes seres. A primeira referência fala de sua origem:

"Rabbi Jeremia ben Eleazar falou, "Durante aqueles anos (depois de sua expulsão do jardim), nos quais Adão, o primeiro homem, esteve separado de Eva, ele tornou-se o pai de ghouls e demônios e lilin." Rabbi Meir falou, "Adão, o primeiro homem, tornou-se muito devoto e descobriu que ele havia causado morte, que viria ao mundo, fez abstinência por 130 anos, e ele próprio afastou-se de sua esposa por 130 anos, e cultivou figueiras de vinho por 130 anos. Sua paternidade dos espíritos malignos, referidos aqui, tornou-se um resultado de sonhos molhados." (b. Erubin 18b)

A segunda referência faz apenas menção da morte de um filho específico, Hormin, mas não se estende sobre o assunto:

"Rabba bar bar Hana falou, "Eu uma vez vi Hormin, um filho de Lilith, correndo nas muralhas de Mahoza.... Quando o demoníaco governante soube disso, eles mataram-no [para exibir-se]."" (b. Baba Bathra 73a-b)

O Talmud também da breves descrições de Lilith: "Lilith é uma demônia com aparência humana exceto que ela possui asas." (b. Nidda 24b); "Lilith desenvolveu longos cabelos." (b. Erubin 100b) E aconselha:

"Rabbi Hanina falou, "Nenhum homem pode dormir só em uma casa; quem quer que durma só em uma casa, será pego por Lilith"" (b. Shab. 151b)

Este trecho aconselha os homens a casarem-se, para poderem dormir com suas esposas e não sofrerem com o desejo. Do contrário, Lilith viria copular com eles durante o sono para gerar filhos Lillim. Apesar disso, não faltaram homens para "dormirem sós". A obra Jewish Folktales retomou um antigo conto judaico "Lilith e a Folha de Capin", que fala sobre um judeu que não seguiu este conselho do Talmud:

Certa vez um judeu foi seduzido por Lilith e ficou enfeitiçado por seus encantos. Mas ele estava muito perturbado com isso, e então foi ao Rabino Mordecai de Neschiz para pedir ajuda.

Mas o rabino sabia por clarividência que o homem estava vindo, e avisou a todos os judeus da cidade para não deixa-lo entrar em suas casas ou dar-lhe lugar para dormir. Assim, quando o homem chegou não encontrou nenhum lugar para passar a noite e deitou-se num monte de feno num quintal. À meia-noite, Lilith apareceu e sussurrou-lhe:

- Meu amor, saia desse feno e venha até aqui.

- Por que eu deveria ir até você? - perguntou o homem - Você sempre vem a mim.

- Meu amor, nesse monte de feno há uma folha de capim que me causa alergia.

- Então - disse o homem - por que você não me mostra? Eu a jogo fora e você pode vir.

Assim que Lilith a mostrou, ele pegou a folha de capim e enrolou-a em volta do pescoço, livrando-se para sempre do domínio dela.

Por vezes, Lilith atacava mesmo os homens casados e, para combatê-la, os judeus desenvolveram rituais elaborados para bani-la de suas casas. Tenho aqui três exemplos, o primeiro trata-se de um amuleto persa com Lilith no centro, circundada por um texto profilático em Aramaico. (The Semetic Museum, Harvard University):

"Vocês estão atados e selados, todos vocês demônios, diabos e liliths, forte e poderosamente presos, assim como estão presos Sison e Sisin... A maligna Lilith, que faz os corações dos homens perderem-se e aparece nos sonhos noturnos e nas visões do dia, que queima e derruba com pesadelo, ataca e mata crianças, meninos e meninas. Ela está dominada e selada fora da casa e moradia de Bahram-Gushnasp filho de Ishtar-Nahid pelo talismã de Metatron, o grande príncipe, que é chamado O Grande Curandeiro da Misericórdia... que vence demônios e diabos, artes negras e poderes da bruxaria. Afasta-os da casa e moradia de Bahram-Gushnasp, filho de Ishtar-Nahid. Amém, Amém, Selah.

Vencidas estão as artes negras e os poderes da bruxaria. Vencida a mulher feiticeira, ela, suas bruxarias e seus ataques, suas maldições e suas invocações, e afastadas das quatro paredes da casa de Bahram-Gushnasp, o filho de Ishtar-Nahid. Vencida e jogada abaixo está a mulher feiticeira - vencida na Terra e vencida no céu. Vencidas estão suas constelações e estrelas. Atados estão os trabalhos de suas mãos. Amém, Amém, Selah."

Aqui vemos a associação de Lilith com outros seres demoníacos, menção contra a pratica da astrologia "Vencidas estão suas constelações e estrelas", bruxaria e encantamentos - o que envolvia não só bruxedos em geral mas também a pratica da sedução, fascinação e até mesmo a prostituição.

O "exorcismo" de Lilith e de quaisquer espíritos que a acompanhavam muitas vezes tomava a forma de um mandado de divórcio, expulsando-os nus noite adentro. É disto que trata os outros 2 exemplos seguintes (Lilith recebe Divórcio):

Este é o guet para demônios e espíritos e Satã 
... e Lilith em ordem de bani-los de ... toda a casa.
Yah ...interrompa o Rei dos demônios 
... a grande governante das liliths.
Eu adjuro você ... seja você macho ou fêmea, 
Eu adjuro você....
Assim como os demônios escrevem cartas de divórcio 
E dão-nas para suas esposas e não retornam para elas,
Então pegue sua carta de divórcio, 
Aceite sua quantia de sustento [ketubá],
E vá e deixe e parta da casa.... 
Amém, Amém, Amém, Selah.

O hebraísmo, em certos casos, admite o divórcio (em hebraico "guerushin") [3]. A iniciativa é tomada pelo marido, que da a sua mulher um documento de divórcio chamado guet. Esse documento pode ser dado mesmo se a mulher discordar. Após o divórcio, a quantia de sustento estipulada no contrato de casamento (ketubá) é paga pelo marido. Vejamos agora um outro guet em forma de amuleto contra Lilith (University Museum, University of Pennsylvania):

"Este amuleto está designado em nome do Senhor das salvações, pelo selamento da casa deste Geyonai bar Mamai, que aqui escapa da maligna Lilith. Em nome de "YHWH-El foi dispersado"; a Lilith, o macho lilin, as fêmeas liliths, a Bruxa, e o Ladrão; os três de vocês, os quatro de vocês e os cinco de vocês.

Despidos estão vocês, enviados para longe. Nem você está vestida, com seus cabelos desalinhados que deixa voar atrás de suas costas.

Isto é feito conhecido para você, cujo pai é chamado Palhas e cuja mãe é Pelahdad:

Escuta, obedece e saia da casa e moradia deste Geyonai bar Mamai e de Rashnoi sua esposa, filha de Marath.... Estejam informados com isto que Rabbi Joshua bar Perahia enviou o banimento conta vocês.... Uma carta de divórcio [guet] desceu para nós do paraíso, e nesta é encontrado escrito seu aviso e sua intimação, em nome do Palsa-Pelisa ["Divorciador-Divorciado"], que rende a vós teus divórcios e tuas separações. Então, Lilith, macho lili e fêmea lilith, Bruxa e Ladrão, estejam incluídos no banimento... de Joshua bar Perahia, que tem assim falado: Uma carta de divórcio que cruzou o mar veio para vocês... Saibam disto e deixem a casa e moradia deste Geyonai bar Mamai, e de Rashnoi sua esposa, a filha de Marath.


Vocês não podem aparecer para eles novamente, tanto nos sonhos à noite quanto no repouso de dia, porque vocês estão selados com o signo de El-Shaddai, e com o signo da casa de Joshua bar Perahia e pelos Sete que estão depois dele.

Então, Lilith, macho lili e fêmea lilith, Bruxa e Ladrão, Eu adjuro vocês pelo forte [Deus] de Abbraham, pela rocha de Isaac, pelo Shaddai de Jacob, Por Yah [que é] seu nome..., Por Yah sua memória... Eu adjuro vocês à despedirem-se deste Geyonai bar Mamai, e de Rashnoi sua esposa, a filha de Marath. O divórcio, escrita e carta de separação de vocês (foi)... Enviado através de santos anjos... Os Exércitos de fogo nos astros, a Carruagem de El-Panim depois de sua duração, as bestas adorando no fogo de seu trono e na água... Amém, Amém, Selah, Aleluia!"

Os dois amuletos apresentados anteriormente contém um desenho tosco no centro, representando Lilith. Em ambos ela apresenta, longos cabelos, cintura fina, ancas largas e está com os braços cruzados sobre o corpo. No primeiro ela está de saia xadrez, com o busto exposto. O rosto de ambas dão a vaga impressão de faces de corujas. A segunda figura usa um incrementado vestido e ornamentos. No geral apresenta um óbvio propósito de sedução (apesar das figuras serem excessivamente mal feitas, aparentando-se aos rabiscos de uma criança no papel).

Lilith no Alfabeto de Bem Sira (sua origem e amuletos de proteção):

Uma outra fonte importante da tradição judaica sobre Lilith e os Lillim é o Alfabeto de Ben Sira, onde encontramos a mais conhecida história da origem de Lilith - como "a primeira esposa de Adão". [É interessante notar que no Alfabeto de Ben Sira Lilith reivindica igualdade alegando que, assim como Adão, ela foi feita da terra; ou seja, não saiu da costela de Adão como Eva, portanto não era uma parte dele. Talvez a mulher por cima revelasse uma superioridade hierárquica ou ainda, Lilith por cima de Adão sugerisse o sexo por prazer, sem procriação (pois na antigüidade acreditava-se que era mais difícil para a mulher engravidar se copulasse por cima). O que Adão exigia era sexo apenas com a finalidade de procriação]. Estudiosos tendem a datar o Alfabeto entre os séculos 8 e 10, CE [4].. Entretanto, alguns pesquisadores sustentam que a história em si possa ser mais antiga:

Logo após o jovem filho do rei ficar doente, falou Nabucodonozor, "Cure meu filho. Se você não fizer, eu o matarei." Ben Sira imediatamente sentou-se escreveu um amuleto com o Nome Sagrado, e nele inscreveu os anjos encarregados da medicina por seus nomes, formas e imagens, e por seus flancos, mãos, e pés. Nabucodonozor olhou para o amuleto (e perguntou) "O que é isto?"

(Ben Sira respondeu:) "Os anjos que são encarregados da medicina: Snvi, Snsvi, e Smnglof [Pronuncia-se Sanvi, Sansavi e Semengalef ]. Depois que Deus criou Adão, que estava só, Ele disse, 'não é bom para o homem estar só' (Gen. 2:18). Então Ele criou a mulher para Adão, da terra, assim como Ele havia criado o próprio Adão, e chamou-a Lilith. Adão e Lilith começaram a brigar. Ela disse, 'Eu não vou deitar por baixo,' e ele disse, 'Eu não vou deitar por baixo de você, mas apenas acima. Para você é adequado apenas estar na posição inferior, portanto apenas eu estarei na superior.' Lilith respondeu, 'Nós somos reciprocamente iguais tanto que ambos fomos criados da terra.' Mas eles não ouviam um ao outro. Quando Lilith disse isso, pronunciou o Nome Inefável e voou para longe no ar. Adão ficou em prantos depois (falou a) seu Criador: 'Soberano do universo!' disse ele, 'a mulher que você deu-me foi embora.' De uma vez, o Santo Senhor, bendito seja Ele, enviou estes três anjos para traze-la de volta.

"Disse o Santo Senhor para Adão, 'Se ela concordar voltar, (está tudo) bem. Se não ela deve permitir que uma centena de suas crianças morram todos os dias.' Os anjos deixam Deus e seguiram Lilith, a quem eles pegaram no meio do mar, nas poderosas águas nas quais os Egípcios estavam destinados a afogarem-se. Eles falaram-na as palavras de Deus, mas ela não queria retornar. Os anjos disseram, 'Nós iremos afogar você no mar.'

"Deixem-me!!' ela disse. 'Eu fui criada apenas para causar doenças às crianças. Se a criança é macho, eu tenho domínio sobre ele por oito dias depois de seu nascimento, e se fêmea, por vinte dias.'

"Quando os anjos ouviram as palavras de Lilith eles insistiram que ela voltasse. Mas ela jurou à eles pelo nome do Deus vivo e eterno:
'Sempre que eu ver vocês ou seus nomes ou suas formas em um amuleto, eu não terei poder sobre esta criança.' Ela também concordou ter uma centena de suas crianças mortas todo dia. De acordo (com isto), todo dia uma centena de demônios pereciam, e pela mesma razão, nós escrevemos os nomes dos anjos nos amuletos de jovens crianças. Quando Lilith vê seus nomes, ela lembra-se de seu juramento, e a criança restabelece-se." [Alfabeto de Ben Sira Questão #5 (23a-b)]

Esta versão da origem de Lilith ficou amplamente conhecida de forma que até hoje existe o costume, entre algumas pessoas, de utilizar um amuleto [5] com o nome dos três anjos para proteger crianças.

Alan Unterman diz em seu "Dicionário Judaico de Lendas e Tradições" que "Lilith é uma figura sedutora com longos cabelos, que voa como uma coruja noturna para atacar aqueles que dormem sozinhos, para ter filhos demônios dos homens por meio de suas poluções noturnas, para roubar crianças e para fazer mal a bebês recém-nascidos. Se não consegue consumir crianças humanas ela come até mesmo sua própria prole demoníaca. Como proteção contra ela costumava-se pendurar amuletos e talismãs na parede e sobre a cama para mantê-la afastada ou pregar amuletos com as palavras "Adão e Eva excluindo Lilith" nas paredes da casa em que uma mulher se preparava para o nascimento do filho. A porta do quarto das crianças tinha os nomes dos três anjos escritos sobre ela, e, às vezes, cercava-se o quarto com um círculo de carvões ardentes. Nas vésperas de Shabat e da lua nova, quando uma criança sorri é porque Lilith está brincando com ela. Para livrá-la de qualquer mal, deve-se bater de leve três vezes em seu nariz pronunciando-se uma fórmula de proteção contra Lilith. Na Idade Média era considerado perigoso beber água nos solstícios e equinócios, porque nessa época o sangue menstrual de Lilith pingava, poluindo líquidos expostos."

Como foi visto, segundo a tradição, Lilith ataca as mulheres no parto e causa a morte dos infantes, pois tem inveja da alegria da maternidade. Ela constitui assim uma ameaça ao embrião. Por isso, no passado, o processo de nascimento era cercado de práticas mágicas com a intenção de proteger a mãe e o filho das forças demoníacas. (Também se sussurravam sortilégios no ouvido das mulheres para facilitar o trabalho de parto).
Amuletos contra Lilith costumam trazer nomes de anjos encarregados da medicina, como Sanvi, Sansavi e Samangelaf, Gabriel ou mais raramente Metraton mas também outros tipos podem aparecer:

"Os judeus baniram essa primeira esposa de Adão, escrevendo nas paredes 'Adam chava chuz Lilith' ['Afaste-se daqui, Lilith!] (John Praetorius. Anthropodemus Plutonicus. 1666).

Um talismã típico é um círculo mágico no qual as palavra "Eva e Adão" barram a entrada de Lilith, habitualmente escritas com carvão na parede do aposento onde a criança está e em cuja porta estão escritos os nomes dos três anjos. A alternativa: "Não deixem Lilith entrar aqui" costuma ser escrita na cabeceira da cama da mulher que espera um filho, usando-se tinta vermelha. Em muitas partes do mundo atual há pessoas que ainda usam amuletos como estes.

Teria Lilith uma origem não Judaica?

Alguns estudiosos sustentam que Lilith já existia na forma de um demônio (Lilil ou Lilitu) na mitologia suméria e mesopotâmica, o que tem causado muita polêmica.

As duas representações mais importantes, que estão no centro da discussão, são um trecho do "Prologo de Gilgamesh" (que faz parte do épico babilônico "Gilgamesh" - aproximadamente 2000 A.C.) e um baixo relevo representando uma mulher com asas e patas de coruja, etc. Para melhor compreensão do tema exposto, apresento a seguir as duas fontes acrescidas de comentários.

A seguinte passagem do Prólogo de Gilgamesh foi entendia e traduzida por Samuel Kramer, que - segundo ele - inclui a mais antiga referência conhecida de Lilith na escrita. (A tradução para português foi feita a partir da em língua inglesa de Kramer38:1f)

Depois do céu e da terra terem sido separados
e feitos terem sido criados,
depois de Anûum, Enlil e Ereskigal terem tomado posse
do céu, terra e do submundo;
depois que Enki havia deslizado para o submundo
e o mar baixar e afluir em honra de seu senhor;
neste dia, uma árvore huluppu
que havia sido plantada sobre as margens do Eufrates
e nutrida por suas águas
foi arrancada pelo vento do sul
e levada para longe do Eufrates.
Uma deusa que estava andando entre às margens
siezed a árvore oscilada
E - sob o comando de Anu e Enlil -
Levou-a para o jardim de Inanna em Uruk.
Inanna cuidou da árvore atentamente e amavelmente
ela esperava Ter um trono e uma cama
feito para ela de sua madeira.
Depois de dez anos, a árvore havia crescido.
Mas neste meio tempo, ela descobriu para seu desânimo/assombro
que suas esperanças não poderiam ser realizadas.
Porque durante aquele tempo
um dragão havia construído seu abrigo nos pés da árvore
o pássaro Zu havia posto sua cria no cume,
e uma demônia Lilith havia construído sua casa no centro .
Mas Gilgamesh, que havia ouvido a dificuldade de Inanna,
veio em seu socorro.
Ele pegou seu pesado escudo
matou o dragão com seu machado de bronze maciço,
que mede sete talentos e sete minas.
Então o pássaro Zu voou para as montanhas
Com seus filhotes,
enquanto Lilith, petrificada de medo,
fugiu de sua cada e voou para o deserto

Este texto foi a base para a identificação de um baixo relevo (ver foto), as vezes especulada como sendo Lilith. Entretanto, a conecção entre Lilith e este relevo é correntemente considerada por alguns scholars como duvidosa e tem sido seriamente questionada por alguns eruditos. O seguinte trecho vem do verbete Lilith no Anchor Bible Dictionary (Lowell K. Handy):

Duas fontes de informações previamente usada para definir Lilith são ambas suspeitos. Kramer traduziu ki-sikil-lil-la-ke como "Lilith" em um fragmento Sumérico de Gilgamesh. O texto relata um incidente que esta fêmea fixou residência em um tronco de árvore na qual havia um pássaro Zu empoleirado nas ramagens e uma cobra vivendo nas raízes. Este texto foi usado para interpretar uma escultura de uma mulher com garras do pé de ave como fazendo uma descrição de Lilith. Desde o começo esta interpretação foi questionada só que depois some debate nem a fêmea na história, nem a figura foi assumida como sendo Lilith. (Vol. 4, p. 324)
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O baixo-relevo em questão é uma terracota Suméria ou Assíria que mostra uma figura feminina híbrida disposta de pé, frontalmente, acompanhada por vários animais do deserto. A face apresenta um formato redondo com bochechas proeminentes, sobrancelhas unidas, lábios carnudos, olhos grandes bem delineados e nariz regular. O vulto tem uma evidente conformação rotunda, com expressão severa, potente e inefável. O corpo é robusto, com formas femininas bastante acentuadas, coxas grossas e uma ampla bacia. A energia humana parece concentrada nas costas e peito, com seios firmes e bem redondos. A figura feminina apresenta-se nua e ornada com diversas jóias, como pulseiras, colares, etc. A mitra é impressionante, segundo o esquema mesopotâmico ou proto-assírio.

Ela mantém os braços abertos, os cotovelos dobrados em direção aos flancos, com as mãos abertas e dedos unidos. Creio que esta disposição de mãos tenha um significado especial, provavelmente representa um ato de oração ou demonstra um êxtase de superioridade sobre as feras.

Os objetos que ela tem nas mãos não é nem um pouco desconhecido, como alguns autores interessados em Lilith tem proposto. Trata-se de um símbolo da justiça do deus-sol babilônico. Esse mesmo símbolo se encontra facilmente em muitos outros tabletes de argila, inclusive na parte superior de estela onde foi escrito o famoso Código de Hamurabi há uma figura do rei recebendo esse símbolo da justiça e usando uma mitra idêntica a desta mulher. (veja as figuras).

O objeto em sua mão direita está desgastado ou quebrado, mas, da para distinguir claramente que ela possuía símbolos similares nas duas mãos. Entretanto, pode haver uma explicação, mas para mim o porque de um símbolo do deus Sol ter sido posto em ambas as mãos de uma mulher com asas e pés de coruja (indicativos de vida noctívaga) permanece um mistério.

Das costas da mulher descem duas asas esculpidas com exatidão e no final das pernas vê-se pés de coruja com garras afiadas. A disposição das garras é simétrica, vertente, com um acento de domínio. Esta mulher-pássaro está em pé sobre duas leoas agachadas. Nos lados, estão dispostas duas corujas em posição frontal, com as patas unidas em tudo semelhantes àquelas da mulher. São animais vigilantes que rematam a representação.

As corujas, as leoas e a mulher sobre as leoas encontram-se ainda sobre uma enorme cobra, que ou envolve todos terminando por morder a própria cauda, como um ouroboros, ou morde a cauda (ou a cabeça) de outra cobra igualmente grande.

Tanto as asas quanto a mitra ostentosamente ornada que a mulher está usando são características de representações de antigas divindades. O único motivo pelo qual esta imagem distingue-se da maioria das imagens de deusas no mundo antigo são os pés de pássaro e o acompanhamento de animais. A presença de animais não é de todo inusual. De fato, as leoas sobre as quais ela estende-se cria algum problema para os que pretendem considera-la como sendo Lilith, pois eles são geralmente associados com Inanna. Para identificação com Lilith, a chave está na coruja e nos pés de pássaro. Lilith é identificada com a coruja em Isaías 34. Também o prólogo de Gilgamesh associa a moradora da árvore hulupu com a coruja, mas se a moradora da árvore é Lilith, isto reforçaria o argumento. Minha interpretação corrente é que os pé de coruja indica-nos que aquela não é Inanna, mas se esta é Lilith é ainda um assunto aberto à especulação.
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LEIS GRAVADAS EM PEDRA: O Código de Hamurabi foi inscrito em 3.600 linhas de escrita cuneiforme numa estela de 2,5 m de altura, no alto da qual o rei recebe os símbolos da justiça do deus-sol babilônico.

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Tablete representando a reedificação de um templo solar (Sippar, Babilônia, século IX A.C. British Museum).

Além deste baixo relevo citado anteriormente, também foi encontrado uma imagem muito similar (ver foto abaixo) - Esta é uma placa de barro/argila cozido do Antigo período Babilônico (2000-16000 AC). (Paris, Louvre [AO 6501]).
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Parece seguro assumir, que esta representa a mesma figura híbrida apresentada na precedente, apesar da mudança no "cenário". Ela agora estende-se sobre dois animais. Creio que sejam dois cabritos montês machos, pois possuem chifres. Abaixo uma formação cilíndrica mal esculpida e quebrada, que poderia muito bem constituir o corpo de uma serpente lisa, sobre a qual estão os cabritos, da mesma forma que no outro estavam, as leoas. Entretanto a serpente do primeiro relevo tinha escamas. Todas as bordas deste estão quebradas e gastas, portanto não tem como saber se originalmente haviam mais animais ao redor.

A mitra, pés e asas são certamente idênticos. As mãos também estão completamente desgastadas, portanto não se pode averiguar se neste relevo ela segurava ou não o símbolo do deus-sol.

O fato de ter mudado de animal é significativo, ou seja indica que ela não tem uma relação especial somente com um tipo, como as leõas, que poderiam ser um emblema ou algo assim. Temos aqui os exemplos de corujas, leoas, cabritos e serpentes, entretanto ela provavelmente domina sobre todos os animais, tanto mamíferos, quanto ovíparos, tanto de grande porte quanto de pequeno, tanto carnívoros quanto herbívoros, tanto macho quanto fêmea, etc. Entretanto o principal é, tanto diurnos quanto noturnos... Temos entre os animais esculpidos representantes de cada uma dessas classes.

Como já visto antes, a mitra e as asas são motivos comuns, mas, como notado acima, os pés de pássaro são um importante símbolo de identificação, mesmo sem as corujas. É claro que o mesmo problema aplicado em uma é na outra. Se aquele não for Lilith, este provavelmente também não é.

Agora, para finalizar essa discussão sobre uma possível origem ou inspiração não judaica de Lilith, existe uma teoria - que é tanto defendida por diversos estudiosos quanto contestada por outros - que pretende que o Hebraico tenha sofrido influências do sânscrito; ou ainda que ambas as línguas tenham sido derivadas de um outro idioma, ainda desconhecido . Supondo que "Lilith" fosse originalmente uma palavra sânscrita, ela teria como raiz "Li", que significa dissolução, destruição; igualdade, identidade. E isso com certeza é a essência de Lilith na mitologia hebraica! Uma palavra realmente derivada de "Li" é "Lîlâ", literalmente diversão, jogo, passatempo. Nas escrituras ortodoxas hindus explica-se que "os atos da divindade são lîlâ ou uma diversão".

Um som semelhante a Lîlâ aparece na epopéia de Gilgamesh, na frase que Kramer traduziu como contendo "Lilith": ki-sikil-lil-la-ke. De qualquer forma se o sânscrito não fosse conhecido dos mesopotâmicos, etc, ainda há uma probabilidade menos remota de ter influenciado judeus do período helenístico (a tempo de entrar no texto massorético das escrituras e no Alfabeto de Bem Sira), ou mesmo, mais dificilmente, durante o "cativeiro na Babilônia".

Notas:

[1] Targum (aramaico, significa "tradução") são traduções comentadas da Bíblia em aramaico. Um targum pode ser bem literal ou constituir quantidade considerável de midrash. As traduções da Torá eram feitas originalmente linha a linha, por tradutores profissionais, à medida que se lia o Pentateuco na sinagoga. Fazia-se assim para permitir que os judeus falantes do aramaico, que não entendiam hebraico, compreendessem o texto.

[2] As citações do Talmud foram retiradas das traduções de I. Epstein. (The Babylonian Talmud. London: Socino Press, 1978) e Raphael Patai, Patai81, pp. 184f. O Talmud (hebraico, significa "estudo") constitúi a obra mais importante da Torá oral, editada sob a forma de um longo comentário em aramaico sobre sessões da mishná. O Talmud também é conhecido por seu nome aramaico, Guemará, que veio a ser amplamente usado para evitar a crítica dos censores cristãos do Talmud. O Talmud foi redigido numa versão palestina (Ierushalmi, literalmente "de Jerusalém") em c. 400 d.C., e numa versão babilônia mais autorizada (Bavli), cerca de 100 anos depois. As duas recensões do Talmud refletem diferenças entre as condições sociais e pontos de vista das comunidades da Terra Santa e da Babilônia. As leis agrícolas, relevantes para os agricultores judeus da Palestina, ocupam lugar proeminente no Talmud da Palestina, mas não no babilônio. Este último tinha uma tradição de demonologia muito mais desenvolvida que a do primeiro, refletindo a cultura babilônica. Ambos os Talmuds tratam principalmente da halachá, mas cerca de um terço do Bavli e um terço do Ierushalmi focalizam a agadá, o que envolve não só teologia mas também midrash, folchore, medicina, astrologia, magia, provérbios e histórias sobre rabinos talmúdicos. O estudo da Torá deve ser feito num enfoque mental de seriedade, mas o Talmud deve ser abordado com mais brilho e vivacidade, e seu texto estudado de forma melopéica, usando-se melodias tradicionais. O Talmud babilônio é a principal matéria de estudo nas academias de ieshivá, onde os professores geralmente usam um método dialético de exegese em suas incursões aventurosas no que é chamado de "o Mar do Talmud".

[3] Houve divergências no início do período rabínico quanto às circunstâncias exatas em que a Torá permite o divórcio (Deut.24). A escola conservadora de Shamai o proibia, exceto em casos de má conduta sexual da mulher (adultério), quando o marido é obrigado a se divorciar dela. A escola de Hilel o permitia se a mulher se comportasse de maneira imprópria, por exemplo, estragando a comida do marido, e a ulterior halachá seguiu a opinião de Akiva de que um homem pode divorciar-se de sua mulher até por ter encontrado outra que ele prefira àquela. A falta de filhos também é motivo de divórcio.

[4] Ben Sira: Texto grego dos apócrifos baseado num original hebraico, considerado parte do cânon das escrituras por algumas denominações cristãs. Ben Sira é uma coleção de provérbios e máximas, como os da bíblica Literatura de Sabedoria. O autor Simão (ou Josué/Jesus) Ben Sira, revela uma tendência marcante para as idéias religiosas dos fariseus, enfatizando a grandeza de Israel e a fruição dos prazeres deste mundo dentro dos limites proscritos. A obra é altamente considerada na literatura rabínica e houve, até, uma tentativa infrutífera de incluí-la no cânon hebraico. Sua leitura em público, no entanto, foi posteriormente proibida, para evitar que fosse confundida com a Escritura. Um tesouro em manuscritos foi descoberto numa guenizá do Cairo, depois que um erudito inglês, Solomon Shechter, teve acesso a uma página de um original hebraico de Ben Sira proveniente de lá. Entre os manuscritos que ele recuperou estava uma grande parte do original de Ben Sira.

[5] Haviam amuletos (em hebraico "kemea") utilizados como proteção contra demônios, mau olhado, doença, combater hemorragia nasal, incêndios, assaltantes, inimigos, para fazer uma mulher estéril conceber, tornar fácil o parto, garantir a felicidade de um recém nascido, obter sabedoria e diversos outros fins. Esses amuletos são textos e desenhos geralmente escritos em pequenos pedaços de pergaminho e incluem sinais mágicos, permutações de letras e os nomes de Deus (Agla, Tetragramaton, etc.) ou de anjos como o de Rafael, Mikael, etc. O amuleto é usado em volta do pescoço ou às vezes pendurado numa parede de casa. Para que um amuleto seja considerado eficaz, tem que ser escrito por uma pessoa santa (segundo a tradição judaica), exímia na prática da Cabala. Se ele se mostrar eficaz na cura de alguém em três ocasiões diferentes, será então, comprovadamente, considerado um amuleto. Embora, aparentemente, amuletos tenham sido amplamente usados no período talmúdico, Maimônides e outros rabinos de mente mais voltada para a filosofia, como Ezequiel Landau, opunham-se a eles, considerando-os superstições vazias. Seu uso, no entanto, foi apoiado pelos místicos e pela crença popular. Até mesmo os cristãos buscavam amuletos com os judeus na Idade Média.
                                                                                                                       Por:. Morte Subita.org